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Autoestima

  • lucianaderosa2
  • 14 de jul. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 23 de fev. de 2023

A Autoestima vai além do que penso sobre mim, é reconhecer as próprias forças e qualidades, e ter amor próprio é se aceitar ao reconhecer em si as fraquezas, os defeitos e erros cometidos e acolhê-los com amorosidade e compaixão. É ter importância para si mesmo, e ser responsável pela própria felicidade. É saber dizer não para algo ou alguém que passe do seu limite. É tratar-se com dignidade. É não permitir que alguém diminua o seu valor. É saber o seu próprio limite e respeitá-lo. Se elogiar e saber receber elogios. Se pôr em primeiro lugar.



O grande desafio da humanidade é o de construir e sustentar uma imagem realista de quem se é, de como o outro me percebe, e a repercussão disso no meu bem estar, a minha capacidade de gostar ou não de mim mesmo, o que chamamos de autoestima.


Desenvolver a Autoestima é uma habilidade que pode ser aprendida, e é preciso dedicação e paciência para experienciar os resultados. O primeiro passo é a decisão e é preciso decidir que se quer uma Autoestima saudável, e esta decisão trará a necessidade de mudanças inevitáveis.


Como é que se constrói esse EU?


A fase em que ficam mais claras as noções do EU e do OUTRO, é quando o bebê, entre 8 ou 9 meses, começa a se reconhecer. Em algum momento, a criança se percebe e se olha no espelho, e sabe de uma forma concreta de que se trata dela mesma.


Como característica da psique humana, o EU, nasce alienado de enxergar qualidades internas, e só as enxerga através da opinião pública. A construção da noção do “quem eu sou?”, é o espelhamento do que é nomeado de mim. Explicando melhor, o EU, nasce de forma que, a construção da imagem de si mesmo e de quem eu sou, é feita de partes difusas do OUTRO, que é externo a mim.


Mas, como isso acontece?


“Você parece tanto com sua tia!”. “Olha esse pezinho, tão fofinho e igualzinho ao do papai”!


Nestes exemplos, podemos entender que a criança vai sendo enunciada pelos pais, parentes e cuidadores mais próximos como partes de outros, e sua autoimagem é o se enxergar como um conjunto do que o outro vê de mim.



A mamãe vai apresentando ao bebê o que é do OUTRO, relacionando, espelhando e imprimindo uma imagem de correspondência de quem ele é, pelo olhar dela, de um outro. Aí então, como que costurando uma “colcha de retalhos”, ele vai sendo constituído, e que de alguma forma o que ela interpreta, e que é do outro, está nele.


Em poucas palavras, é como um “jogo” entre o escuro e o claro, o baixo e o alto, o fino e o largo. A identificação acontece sempre em relação ao outro. Segundo a psicanálise, este é o único modo de se construir o EU, a autoestima.

A maneira de se comportar também diz sobre o EU. Constantemente, preciso confirmar e reconfirmar minha imagem. Moderadamente, temos convicções de nós mesmos, mas somos atingidos pela opinião alheia, e a questão é não se perder e se fixar só na opinião do outro.


As primeiras noções se formam a partir da minha interpretação de como as pessoas que julgo importantes me tratam, principalmente os pais. Podemos dizer que é um espelho, mas que não reflete fatos e sim, a interpretação que tenho destes fatos, quase sempre de forma distorcida.


A Autoestima pode ser abalada mais tardiamente, por exemplo, se na adolescência não recebo aprovação do círculo de amigos ou na idade adulta passo por um relacionamento abusivo (não necessariamente amoroso). Fracassos pessoais também podem abalar a Autoestima.


A Autoestima é ainda um importante pilar da Autoconfiança, que nos permite enfrentar os desafios da vida, estabelecer objetivos e conquistá-los, ir em busca das metas e dos sonhos.


"Sintomas"


É importante esclarecer que a Baixa Autoestima não é doença, e sim o valor individual que cada um se dá, por isto não existe diagnóstico, entretanto algumas sequelas são bastante comuns:


Me autossaboto: quando digo que quero alguma coisa e ajo para não conseguir.


Me inferiorizo: me comparo e hipervalorizo as qualidades das outras pessoas que admiro, e desvalorizo as minhas próprias.


Me vitimizo: não assumo a responsabilidade pelas minhas próprias escolhas e sinto autopiedade.


Não sei me comunicar: dificuldade em falar não. Por medo de rejeição ou retaliação não digo o que penso, sinto ou quero.


Me negligencio: falto com meu autocuidado, físico, mental, emocional ou espiritual, e posso me colocar em situações de risco.


Me relaciono de forma insatisfatória: por não ser capaz de enxergar meu próprio valor, aceito relacionamentos abusivos, por medo de ficar sozinho ou não encontrar alguém que me queira de verdade.


Não me arrisco: tenho medo de errar, de não ser perfeito, incapaz e inadequado.

Busco satisfação e prazer fora de mim: cometo excessos de comida, bebida, drogas, sexo ou compras para sentir-me bem comigo mesmo.


Me desculpo por tudo: e busco constantemente por aprovação e aceitação.


Critico o outro para me valorizar.


Me enalteço: falo excessivamente sobre meus feitos, méritos e conquistas para assim me sentir valorizado.


Sou ciumento: não enxergo ou confio em minhas qualidades e não confio que alguém também as enxergue.


Não aceito bem as críticas: levo para o pessoal e me ofendo até mesmo com críticas construtivas.


Dificuldade em receber elogios: acredita que aquele que elogia está sendo sarcástico ou irônico.


Estes comportamentos não definem que você é, apenas são a forma como você aprendeu a pensar e se comportar, e as está repetindo. Por isto o AUTOCONHECIMENTO é o primeiro passo no desenvolvimento da Autoestima saudável.


Há tratamento para a baixa autoestima?


É necessário se conectar e resgatar a pessoa ao retorno de sua essência e verdade de quem é. É trazer do inconsciente para o consciente que cada um tem um brilho, um dom, uma função, uma missão.


Por onde eu começo?


AUTOCONHECIMENTO: Do que você gosta, do que não gosta? Quais são as suas qualidades e os seus pontos fortes? Quais são os seus valores? O que quer fazer e o que deseja conquistar? Como você irá se valorizar como pessoa, se não se conhece?


ACEITE-SE: Depois de entender quem você é, aceite! Algumas coisas podem ser mudadas, outras não. Você é um ser único, com qualidades e defeitos, digno de amor e respeito como todos os outros.


PERDOE-SE: Todos já erramos e fizemos escolhas ruins no passado. Tudo bem, é assim que crescemos. Você pode escolher mudar como encara determinada situação e como prefere se sentir a respeito.


PESSOAS NEGATIVAS: É preciso se afastar de forma consciente de pessoas nocivas e negativas.


ASSUMA RISCOS: Comece com pequenos passos, se desafie. Dê uma chance de mostrar a si mesmo que você é capaz, o que vai aumentar a sua autoconfiança.


PEQUENOS PRAZERES: Inclua em sua rotina atividades que te dão prazer. Simplesmente porque você gosta e merece.


DIZER NÃO: Na ânsia por aprovação e amor, muitas pessoas não dizem não e muitas vezes passam por cima de seus valores e da própria integridade. Acabam ficando com raiva de si.


METAS: Tenha metas e objetivos para a vida. É importante progredir e desenvolver.


PROCURE AJUDA: Não somos super-heróis. Todos precisamos de ajuda em algum momento. Tá difícil sozinho? Procure amigos, família, e um profissional psicoterapeuta. Quem se ama, se cuida!


Entender quais são as atitudes que reforçam a forma como eu me vejo e como elas funcionam, é essencial para que seja possível ressignificá-las, reprogramá-las, e começar a desenvolver uma Autoestima saudável.





Luciana De Rosa | Psicanalista

Telefone e Whatsapp | (11) 96183 9197

Instagram | @lucianaderosa.psi

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